terça-feira, 31 de julho de 2012

630 - A ÚLTIMA BATIDA NA BIGORNA




Hoje pela manhã acordei com a triste notícia do falecimento de Francisco Basil de Oliveira, octogenário ferreiro, que, até os últimos dias de vida, em Várzea Alegre, com simplicidade, desenvoltura e o mesmo bom humor, contou sucessos e percalços do homem sertanejo.

Chico Basil apresentava suas histórias com a precisão e a força que forjava o ferro batido na bigorna, fazendo a palavra falada soprar do fole e alimentar a nossa imaginação como acendia a brasa no forno a lenha da oficina.

Na última vez que o encontrei, conversamos no banco do calçadão Antônio Alves Costa, na sombra de um frondoso pé de algodão. Chico, olhando os velhos amigos caminhando pela praça com dificuldade, dada a rigidez articular adquirida com o tempo, disse:

- Flavin, quando a gente fica véi devia servi no quartel.

Esperando uma das suas originais comparações, indaguei:

- Por que Chico?

Mesmo debilitado por conta de sério comprometimento renal, o ferreiro não perdia a capacidade para retratar com espirituosidade os obstáculos surgidos com o tempo:

- Pode repará os véi. As perna fica dura, as dobradiça do joei enferruja, o caba anda é machano que nem sorné*.


* sorné = soldado
(imagem Google) 

sábado, 28 de julho de 2012

629 - "GENTILEZA GERA GENTILEZA"




Independentemente da cultura, do nível social, da religião, da idade, uma das maiores virtudes do homem é a polidez. No entanto, os tempos modernos de competição e de correria, sobretudo nas grandes cidades, tendem a desmerecer a gentileza e a esquecê-la como atributo indispensável para a vida em sociedade.

Em Várzea Alegre, no sertão cearense, um experiente trabalhador, de alcunha Têia Quebrada, especializou-se no duro ofício de talhar rochas e transformá-las em paralelepípedos, usadas nos passeios públicos como pedras de calçamento.

Certo dia, o simpático Gean Claude passeava pelo centro da cidade quando foi abordado por um bêbado. Tratava-se do velho e conhecido Têia Quebrada. Carregando um saco nas costas com as ferramentas usadas na dura tarefa de moldar pedras, o trabalhador, com  sua gagueira habitual, fez um irrecusável pedido a Gean:

-- O si-si-sinhô tem um real de-de-desocupado?


Colaboração: Gean Claude Alves de Holanda
(imagem Google)

sexta-feira, 27 de julho de 2012

628 - O CADERNO DO CANDIDATO




Em meados do século passado, no sertão cearense, um candidato a prefeito resolveu visitar os eleitores das regiões mais distantes do seu município. O político saiu de casa em casa ouvindo os variados pedidos dos moradores e prometendo atender a todos. Para não esquecer os compromissos assumidos, o candidato contratou uma jovem secretária, encarregada do registro das solicitações. Tudo era fielmente anotado em um grosso caderno.

À medida que a comitiva eleitoral passava pelas residências, as solicitações dos moradores se acumulavam. A secretária não descansava. Ao comando do falante político ela imediatamente escrevia os pleitos nas folhas do caderno:

- Anote aí que eu preciso providenciar uma dentadura superior pra cumpade Zé – determinava o prefeiturável.

Após a visita em várias casas, a secretária chamou o candidato em particular e avisou:

- Dotô, o caderno encheu. Que é que eu faço agora?

O político, batendo à porta de outro eleitor, respondeu:

- Jogue esse no mato e arrume outro.


Colaboração: Carlos Leandro da Silva (Carlin de Dalva)
(imagem Google)

quarta-feira, 25 de julho de 2012

627 - FALTA DE CONCENTRAÇÃO




Os problemas disciplinares dos jogadores causam sérios e irreparáveis prejuízos ao futebol. Casos como o do jovem atacante Jobson do Botafogo abortam carreiras que despontaram com grande potencial de sucesso.

Em Várzea Alegre, no final da década de 1960, Raimundo Durval e Chico Menezes montaram um time de futebol. Para reforçar  a equipe trouxeram jogadores das cidades vizinhas. Do município de Cariús compraram o veloz atacante Fantico. Do Iguatu, contrataram os atletas Cangalha, Dalmir e Babá. Do Crato, importaram  o habilidoso Chico Curto.

O time marcou época, disputando várias partidas e ganhando torneios no campo de chão batido do antigo Juremal e em outras praças esportivas do centro-sul cearense.

Também naquele tempo os jogadores resistiam às regras e fugiam da concentração. Metiam-se em homéricas farras, com intensas e desgastantes bebedeiras, atrapalhando o desempenho no dia do jogo.

Para coibir as fugas dos atletas para os bares e cabarés, os cartolas do time varzealegrense contavam com o auxílio do chefe do policiamento local. No dia anterior ao jogo, os jogadores mais indisciplinados eram presos. Passavam a noite no xilindró. A liberação só ocorria poucas horas antes da partida. Com a medida extrema, concentrados atrás das grades, os atletas poupavam energia para as difíceis disputas dentro do campo.

Colaboração: Raimundo Durval
(imagem Google)

terça-feira, 24 de julho de 2012

626 - O REVÓLVER DE ZÉ VIEIRA (Pedra de Clarianã há dois anos0



     Em um fim de tarde, na segunda metade do século passado, no sítio Chico, conhecida zona rural de Várzea Alegre, um andarilho bateu à porta da casa do agricultor Joaquim Fiúza e pediu um copo d’ água. Ao perceber a situação de penúria e o visível cansaço do caminhante, o hospitaleiro sertanejo também lhe ofereceu um prato de comida e um local para atar a rede e passar a noite. Após saciar a sede e a fome, o esquisito homem falou pouco. Disse apenas que caminhava sozinho de Canindé ao Juazeiro do Norte cumprindo uma promessa.

      Um pouco mais tarde, já noite, quando se preparava para dormir, Joaquim Fiúza passou a temer o estranho e calado romeiro que abrigara em um canto da sala de sua casa. Por cautela, após combinar baixinho com a esposa Izabel, para causar temor ao romeiro deitado no cômodo ao lado, de dentro do quarto, separado da sala apenas por meia parede*, o agricultor travou com a mulher um diálogo sobre fantasiosa arma:

     - Izabel, cadê o revolver que pedi emprestado de Zé Vieira?

     - Taí no baú, Joaquim – respondeu, Izabel.

     - E tá carregado? – continuou, o agricultor.

     - Tá chein de bala. – afirmou com segurança a dona de casa.

     No dia seguinte, logo cedo, antes dos primeiros raios de sol, o humilde romeiro, no cumprimento da promessa iniciada na cidade cearense de Canindé, seguiu sua penosa caminhada em direção à terra do Padre Cícero.

      Quando soube da história, o agricultor Zé Vieira, com sua sabedoria matuta e humor refinado, imediatamente reclamou:

     - Joaquim, num proceda mais assim não. Você me deixou desprotegido, desarmado.


* parede interna que não vai até o telhado

Colaboração: Francisco de Souza Sobrinho

(imagem Google)

sexta-feira, 20 de julho de 2012

625 - AS ÚLTIMAS FORÇAS DO SERTANEJO




Após  acompanhar o movimento popular e religioso ocorrido na Bahia, no final do século XIX, liderado pelo cearense de Quixeramobim Antônio Conselheiro,  o escritor e jornalista Euclides da Cunha, em seu festejado livro “Os Sertões”, defendeu que o “sertanejo é, antes de tudo, um forte”.

E olha que o culto fluminense não chegou a conhecer os habitantes ou a ouvir as histórias do Arrojado, pequeno distrito do município cearense de Lavras da Mangabeira, com homens e mulheres resistentes, acostumados ao duro trabalho na roça e à lida com o gado.

      Há alguns anos, no Arrojado, o experiente agricultor Zé Jorge foi visitar uma senhora de cerca de noventa anos que há vários meses, desenganada, sofria enferma em uma rede. Dia e noite a modesta casa da moribunda vivia cheia de visitantes, curiosos e rezadeiras.

Ao chegar à sintinela* da amiga e observar a magra mulher respirando com dificuldade, o velho lavrador se dirigiu à cozinha da casa, pegou dois ovos de galinha caipira e, misturados com várias colheres de açúcar, bateu em uma tigela. Em seguida, Zé Jorge, sob o olhar de vários visitantes, deu o preparado na boca da pobre enferma. Bastou engolir a última colherada, a idosa senhora arregalou os olhos, arrepiou os cabelos e deu o último suspiro. O lavrador, ainda com a colher e a tigeja nas mãos, se afastou um pouco da rede e disse:

       - Essa pobe muié tava era sem fôça pra descansá...


* costume comum no sertão nordestino de acompanhar os últimos momentos do doente que não tem mais esperanças de recuperação.
Colaboração: Maria de Lourdes Sousa
(imagem Google)

quarta-feira, 18 de julho de 2012

624 - ESTRONDO (Pedra de Clarianã há dois anos)





         Nas desembocaduras de alguns rios da região amazônica, como na do Rio Araguari, no Amapá, ocorre a impressionante Pororoca. O fenômeno, que em tupi-guarani também significa estrondo, ocorre no encontro das correntes fluviais com as águas do oceano Atlântico. A força das ondas provoca um barulho ensurdecedor e inconfundível, escutado a quilômetros de distância.

        Certo dia da década de noventa, depois de uma animada “Festa de Agosto” em Várzea Alegre, o funcionário público Raimundo Luiz Sobreira de Oliveira curtia uma enorme ressaca cochilando em uma rede. De repente, Mundin, como conhecido, foi despertado por um enorme barulho. Os estampidos soavam cada vez mais fortes. Assustado, viu sua esposa Carla Menezes entrar no quarto e perguntou:

          - Que estrondo é esse, Carla? Calabaça já tá soltando os fogos da procissão de São Raimundo?

          - Nada não Mundin. Tou comendo umas “cream cracker” – respondeu Carla, ainda com a boca cheia e mastigando as famosas e crocantes bolachas da Fábrica Fortaleza.



Colaboração: Antônio Gerson Bezerra de Morais (Pirocha)
(imagem Google)

domingo, 15 de julho de 2012

623 - SACO DE APOSTAS




As pequenas cidades do interior brasileiro vivem ainda mais intensamente o período eleitoral. Não há bate-papo em mesa de bar, reunião de amigos, conversa com vizinhos ou qualquer outro encontro que discuta assunto diferente da campanha política.

Em Várzea Alegre, sertão cearense, além de monopolizar as discussões, as eleições também permitem a abertura de uma bolsa de apostas com a participação de afoitos eleitores. Animais, imóveis, veículos,  legumes, ou qualquer outra parte do patrimônio é colocada em jogo.

Em um concorrido pleito da década de setenta, os agricultores e adversários políticos Chico Piau e Nilton Cunha firmaram uma aposta. Quem perdesse entregaria ao outro cinquenta quartas* de milho.

Após abertas e conferidas, as urnas confirmaram a vitória do candidato de Nilton Cunha. Mal o resultado foi divulgado, o agricultor saiu pelas ruas da cidade até encontrar Chico Piau sentado em um banco da Praça dos Motoristas:

- Chico, vim buscá as quarta de mii.

O perdedor se levantou do banco e observou o nascente com a mão na testa a tapar o sol que incidia nos olhos. Buscando sinais de chuva no azulado céu, respondeu calmamente:

Num se agunei não, Nilton Cunha. Quando tiver inverno** eu vou arrumá a roça e plantar o mii no São Cosme...


* quarta é uma medida de peso comum no interior cearense que para o milho equivale a oitenta quilos.
** período de chuvas no semi-árido nordestino
(imagem Google)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

622 - NAMORANDO EM SILÊNCIO (Pedra de Clarianã há dois anos)






         Os corredores de pequenas distâncias treinam até respiração para as competições de alto nível. Os atletas inspiram durante a largada e só soltam o fôlego uma vez durante o rápido percurso.

        Na década de 50, em busca de emprego, o ferreiro varzealegrense Chico Basil migrou com toda família para São Paulo. Ao chegar à grande cidade, um conterrâneo cedeu um barraco de apenas um cômodo para o migrante cearense viver com mulher e vários filhos pequenos.

         Se durante o dia era complicado administrar tanta gente dentro de um pequeno cômodo, à noite tornava-se ainda mais complicado. Todos dormiam amontoados, dividindo colchões velhos ou no chão frio.

         Durante a madrugada, na única hora possível para namorar, Chico e sua esposa Chicola buscavam fazer tudo no maior silêncio para não despertar os filhos. O casal, como atletas de 100 metros, desenvolveu uma técnica para “vadiar” discretamente.

         Conta, o espirituoso ferreiro, que prendiam a respiração durante o ato, e, só quando atingiam o clímax, já relaxados e recompostos, soltavam de uma vez um grito que acordava os filhos:

        - Fuuuuuiiiiittttttttttttttttteeeeee.....



(imagem Google)

domingo, 8 de julho de 2012

621 - CATITA E A MEIA MARATONA




Neste domingo cumpri os vinte e um quilômetros e noventa e sete metros da meia maratona do Rio de Janeiro. O tempo de duas horas e treze minutos pouco interessa, pois na categoria de amadores o nosso prêmio se traduz no prazer de participar e concluir a prova.

Para quem não aprecia o pedestrianismo pode parecer complicado. Mas é simples, fácil e inspirador correr, sobretudo apreciando deslumbrantes paisagens como as praias da Barra da Tijuca, de São Conrado, Leblon, Ipanema, Copacabana, Botafogo e Flamengo.

No meio do belo percurso lembrei da minha infância em Várzea Alegre, sertão cearense, quando, todos os anos, em outubro, na semana do município, eu assistia aos corredores da cidade percorrer as ruas íngremes e pavimentadas com paralelepípedos. Naquela época não havia queniano voando pelas bandas de cá. Só conheci um campeão, o chapeado - trabalhador braçal - de apelido Catita, que corria mascando fumo, descalço e seu treinamento consistia em carregar e descarregar os caminhões que abasteciam a cidade.

Certo ano, após vários quilômetros de subidas e descidas, Catita cruzou a faixa final correndo e dando cambalhotas. Como o campeão da prova reiniciou o longo percurso, várias pessoas gritaram das calçadas:

- Ei Catita, pradonde tu vai ? Tu já ganhou, hômi.

O incansável corredor, sem diminuir o impressionante ritmo, respondeu:

- Peraí, vou dá só mais uma vorta de agrado.


(imagem Google)

sábado, 7 de julho de 2012

620 - O FILHO OBEDIENTE (Pedra de Clarianã há dois anos)






       O simpático José Teixeira de Morais foi um próspero comerciante de Várzea Alegre. De boa prosa e humor refinado, cultivou muitas amizades durante toda sua vida.


        Zé Teixeira, como conhecido, sempre viajava a negócios para a progressista cidade do Crato. Nessas idas à “Capital do Cariri”, além dos contatos comerciais, o varzealegrense aproveitava para manter outros contatos.


          No início da década de 1950, à época casado com Amélia Ribeiro Teixeira, o comerciante fez uma das viagens de negócios ao Crato. No fim da tarde, namorava em um banco da praça com uma jovem cratense quando passou uma varzealegrense e criticou:


         - Eita, Zé Teixeira! Quando eu chegar em Várzea Alegre vou contar a dona Amelinha.


          Antes que a nova namorada descobrisse que era casado, o baixinho e espirituoso Zé Teixeira logo respondeu para a conterrânea:


          - Tem nada não. Mamãe não se importa que eu namore não. Mamãe só acha ruim quando eu bebo ou fumo.


Colaboração: Régis Teixeira Leandro
(imagem Google)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

619 - A RADIAÇÃO DO CEARENSE




Nesta semana tive a oportunidade de visitar a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis, responsável pela produção de cerca 3% da energia elétrica brasileira e suficiente para garantir metade do consumo do Estado do Rio de Janeiro.

esclarecedora visita serviu para diminuir o preconceito com a produção de energia à base do urânio radioativo. Restou também clara a importância desse setor no mundo e sua relevância estratégica para o Brasil.

No entanto, sobretudo em razão das espetaculares bombas nucleares, usadas na Segunda Guerra Mundial, e dos acidentes nas usinas de Chernobyl e Fukushima, ainda há no meio da população muita desconfiança sobre empreendimentos como o de Angra.

Essa palpitante questão das energias radioativas sempre influenciou o imaginário popular, inclusive com repercussão nas seitas ocultas e na feitiçaria.

Há alguns anos, caminhando pela Lagoa das Panelas, localidade da zona rural de Várzea Alegre, sertão cearense, parei para conversar na calçada da casa do agricultor Raimundo Olímpio de Souza, de apelido Ferro Véi . Após ouvir interessantes histórias do antigo morador, percebi seu olho vazado e perguntei:

- Seu Ferro Véi, o que foi isso no seu olho?

Sentado em um banco de madeira, o velho lavrador respondeu:

- Meu fii, isso foi inradiação, foi magnetismo.


(imagem Google)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

618 - CANTADAS PERIGOSAS (Pedra de Clarianã há dois anos)





         Na década de setenta, o comerciante Zé Leandro acolheu um novo casal de moradores para ajudá-lo no trato com a terra do Buenos Aires, sítio homônimo à capital argentina, mas localizado próximo a cidade cearense de Várzea Alegre.

        O rapaz e a moça, recém casados, logo começaram a desempenhar suas árduas funções no terreno rural. No decorrer dos dias, a jovem e bonita lavradora chamou a atenção de Zé Leandro. Na primeira oportunidade a sós com a moradora o comerciante abusou dos galanteios.

        No final da tarde desse mesmo dia, após uma jornada intensa de trabalho na roça, o marido, com uma inseparável faca tipo peixeira na cintura, foi até a casa grande do sítio e reclamou:

       - Seu Zé, minha muié me contou que o sinhô tá com inxirimento pro lado dela. É divera?

        O proprietário do terreno rural, sentado em uma cadeira de balanço do alpendre da casa, com uma incompreensível e inesperada calma, respondeu:

          - É verdade sim.

         Já colocando a mão perto da bainha da faca, o morador com fama de valente e destemido deu um passo à frente, e, com voz ainda mais raivosa, disse:

          - Seu Zé, eu num vi aqui pro Bozinário* para ser desrespeitado não.

          O comerciante, ainda com a mesma traquilidade, com impressionante capacidade de convencimento, completou:

         - Rapaz, peraí qu’eu explico. É uma prova que eu tiro. Todas que vem  trabalhar aqui eu faço o teste. Se a muié aceitar eu mando logo embora. Pois não quero nenhuma desmantelada trabalhando aqui não.



*corruptela  varzealegrense de Buenos Aires
Colaboração: Régis Leandro Teixeira
(Imagem Google)