Nos últimos
dias experimentei mais uma atividade prazerosa em Várzea Alegre: Pedalar pelos
bucólicos caminhos do sertão na companhia de divertidos amigos. Em pouco mais
de uma semana, além de circular pelas vias da cidade cearense, fomos ao vizinho
distrito de Mangabeira, ao açude São Vicente, ao distrito de São Caetano e à localidade do Caldeirão.
E
essa mania pelo pedal nos revelou que na década de 1950 havia poucas bicicletas
em Várzea Alegre. Chico Primo possuía uma Sueca marca Husqvarna.
Raimundo Teixeira e Veimar de Fransquin Bezerra também circulavam em
outras bikes importadas.
Naquela
época meu avô paterno Raimundo Cavalcante comprou uma Norman inglesa em
Campina Grande e seus filhos passaram a disputar acirradamente o uso da
bicicleta.
Certo
sábado, cedo da noite, a bicicleta desapareceu. Todo mundo da casa situada na
Rua São Raimundo queria usar o concorrido biciclo. Mas somente no fim da noite chegou
Antônio Cavalcante Cassundé, conhecido como Pista,
todo arrumado e montado no veículo. Seu
irmão José Cavalcante Cassundé, popularmente conhecido por Zé do Norte, da porta da casa, perguntou:
- Onde
tu tava Antõe, meu irmão?
- Fui ver o terço da Formiga* –
respondeu o simpático ciclista.
O
jovem Zé do Norte comentou com claro
ar de reclamação:
- É
danado! Antõe foi charlar ** na bicicleta e ainda calçou o meu sapato novo…
* O terço, momento de oração
da localidade conhecida como Formiga,
reunia vários jovens da cidade de Várzea Alegre.
** Segundo o dicionário Informal charlar é um termo
que se utiliza no sentido de "aventura", "coisa boa",
"algo que lhe faz bem", "despreocupação".
Colaboração: Antônio
Cavalcante Cassundé, Francisco Cavalcante Cassundé e Luiz Cavalcante
(imagem Google)