Os reality show como The Voice Brasil
cairam no gosto do brasileiro. Na verdade, desde os tempos áureos do rádio,
o público aprecia programas que apresentam disputas entre músicos e buscam
escolher o “melhor cantor”.
No final da década de 1970, o ônibus do Movimento
Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL – visitava as localidades mais distantes e
permitia o acesso do povo interiorano a diversos produtos culturais, entre os
quais os empolgantes shows de calouros.
Certa vez, em Várzea Alegre, sertão
cearense, o pré-adolescente Ropson Leandro resolveu se inscrever na disputa e
subiu ao palco da MOBRALTECA para interpetrar uma música que ouvira tocar
bastante no serviço de som do parque de diversões Maia na última festa do
padroeiro São Raimundo Nonato.
As apresentações mal comecaram e o
pequeno varzealegrense voltou para a casa decepcionado e reclamando da sua
desclassificação ainda na primeira eliminatória. Júlio, ganhador da disputa
anterior interpretando um sucesso de José Augusto, buscou conformar o desafinado
irmão, dizendo:
- Ropin,
vai ver é que esses jurado véi besta
que vieram de fora nem conhecem a música
que você cantou. Né todo mundo que
aprecia Meu Cofrinho de Amor, de Elino Julião, não…
colaboração: Júlio Bastos Leandro
(imagem Google)