terça-feira, 27 de dezembro de 2016

957 - DE CANOA QUEBRADA AO MORRO BRANCO

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Mesmo apaixonados pelo sertão, não dispensamos uma boa praia. Assim, nos últimos dias de 2016 viajamos com a família para algumas das famosas e paradisíacas praias cearenses, nos municípios litorâneos de Aracati e Beberibe. 

Na diferenciada Praia das Fontes, como o próprio nome indica, nos molhamos com a água salgada do mar e, em seguida, a poucos passos, nos enxaguamos com a água doce que jorra das falésias.

Bem próximo ao mar, também nos refrescamos na belíssima Lagoa de Maceió, local onde a Lagoa do Uruaú se encontra com o oceano, formando um cenário encantador.  

Na famosa Canoa Quebrada, pacata vila de pescadores descoberta por cineastas franceses na década de 1960, sobrevoamos a deslumbrante praia a bordo de parapentes e depois caminhamos pela “Brodway”, agitada rua de bares e restaurantes.

         Na Praia de Morro Branco conhecemos o famoso Buraco da Sogra e o deslumbrante labirinto de areias coloridas, cenário de novelas, filmes e séries. Entre uma informação e outra, o nosso guia José Maurício nos ensinou truques fotográficos e nos falou sobre a origem do nome do lugar. 

         -  Querem saber como tirar fotografia sem barriga ? – indagou o bem humorado guia.

        Eu, em causa e interesse próprio, respondi:

-  Com certeza. Me diga logo como é...

Fingindo seriedade, o guia ensinou:

- É só focar do pescoço pra cima...

        Sobre a origem do nome do lugar, José Maurício nos ensinou que os pescadores, ao voltar do alto-mar, guiavam-se pela enorme duna, chamando-a de Morro Branco. Não bastasse, o guia também nos apresentou outra versão para a denominação da vila praiana de Beberibe:

           - O povo aqui também diz que a praia tem esse nome em homenagem a Michael Jackson.

- Como assim? Ele andou por aqui ? – perguntei.
- Não, num teve aqui não. Mas ele dizia: nasci negro mas morro branco...
(imagem Google)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

956 - NATAL INESQUECÍVEL (Republicado de novo)


         Em 1993, meu querido primo Hudson Batista Rolim recebeu um irrecusável convite para passar a noite de Natal na casa da nova namorada, no Bairro Cidade dos Funcionários, em Fortaleza. Cedo da noite, o apaixonado estudante vestiu a melhor roupa e apanhou o ônibus para cear na casa dos sogros.

       Depois de cruzar toda cidade, Hudson se impressionou ao chegar à bela e enfeitada casa da namorada. Semana antes, após um animado forró, na madrugada que a deixara ali em frente, não observara quão bonita era a casa da sua amada.

        Naquela noite natalina esperava conhecer muito mais da sua futura família. No portão, Hudson foi recebido friamente pelo dono da residência, seu futuro sogro. Mesmo assim foi conduzido a uma mesa, onde, sozinho, recebeu completa atenção dos bem vestidos garçons. Não sabia que a família de sua namorada vivia em tão boas condições. Consumindo uísque 12 anos e provando saborosos petiscos, o filho de varzealegrenses pensou: “dessa vez eu amarrei o meu burrin na sombra”.

         Mas já se aproximava da meia-noite e nada da namorada aparecer na festa. Até que finalmente ela ingressou pelo portão da garagem e passou a cumprimentar e desejar feliz natal a todos. Ao ver o namorado, a jovem se surpreendeu e falou:

         - Credo, tu tá é aqui Hudson? E eu esperando você lá em casa. Num sabia que tu conhecia doutor João, nosso vizinho.

        Assim, os namorados se despediram, atravessaram a rua e entraram na modesta casa, onde um casal de velhos cochilava na poltrona assistindo na TV ao especial de Roberto Carlos. Dali, o resto da noite, tomando coca-cola e comendo pedaços de um duro e frio peru,  Hudson, tentando esconder a decepção, observou pela janela o movimento e as luzes do animado castelo em frente que por poucas horas foi seu.

Colaboração: Hudson Batista Rolim

(imagem Google)

sábado, 3 de dezembro de 2016

955 - O CORTE DE COSTA (Republicado)



Por muitos anos meu querido e saudoso primo José Costa Neto não soube o que era uma barbearia ou um salão de beleza. Nesse período, cortava seus cabelos loiros em casa ou nas feiras livres de Fortaleza, quando acompanhava nossa avó Maria Amélia nas compras. O serviço era rápido e sem luxo. O próprio freguês segurava o espelho enquanto o improvisado barbeiro trabalhava com a tesoura.

Mas naquela manhã de dezembro da década de 1970, Costa estava animado. Seu tio Paulo Danúbio recebera o décimo-terceiro salário do novo emprego de ascensorista e levou o sobrinho adolescente ao Salão Presidente, espaço luxuoso e bem frequentado do centro da capital cearense. Ao chegar ao local, uma bonita moça pediu ao novo freguês:

- Venha aqui. Primeiro vamos lavar o seu cabelo...

Costa seguiu a bela jovem mas, desajeitado, em vez de sentar-se normalmente à cadeira apropriada para o serviço, abaixou a cabeça em frente à torneira usada para molhar o cabelo. Percebendo que o cliente não costumava ir ao salão, a funcionária indicou a posição correta para o rapaz sentar e lavar os cabelos.

À medida que a moça usava aromáticos shampoos e condicionadores e alisava o couro cabeludo de Costa, o tímido e carente rapaz se animava. Ao fim do serviço o freguês apresentava nas calças um volume que não trouxera ao salão. Quando Costa, buscando disfarçar a incontrolável ereção, saiu caminhando em direção à cadeira do cabeleireiro, o tio Paulo Danúbio indagou:

- Meu sobrin por que você tá andando corcunda desse jeito? Você impenou a coluna?


Colaboração: Paulo Danúbio Carvalho Costa
(imagem Google)