Na
boca da noite, em uma pequena cidade do nordeste brasileiro, após mais um estafante
dia de trabalho, o jovem marido voltou cansado para casa. Enquanto a dedicada esposa esquentava o jantar,
decidiu descansar um pouco no quarto do casal.
Ao
deitar na cama, o homem se incomodou com um objeto estranho sob o confortável
travesseiro. Tratava-se de óculos de grau deixados estranhamente no
inviolável leito conjugal. Inexplicável pois o casal gozava de saúde oftalmológica
e nenhum dos dois carecia de qualquer correção visual.
Ao
acender a luz do quarto, o pobre homem imediatamente
reconheceu detalhes da refinada armação. Não havia qualquer dúvida, os óculos pertenciam ao seu querido compadre,
padrinho do filho primogênito do casal.
No
dia seguinte, logo ao amanhecer, após uma noite mal dormida, o homem,
sem contar nada à esposa, decidiu tomar providências. O velho amigo, que abria as
portas do comércio com dificuldades para acertar a chave no buraco da
fechadura, estranhou:
-
Cumpade,
o que traz você aqui tão cedo? Aconteceu alguma coisa? Meu afiado tá bem
?
-
O Minino tá bem. O
problema é com o cumpade...
Desconfiado, o experiente comerciante foi se
afastando:
- Mas, entonce, o que há de ser?
Antes
que o velho amigo morresse com a falta de sangue circulando no seu rosto
pálido, o compreensível marido, retirando os óculos do bolso, completou:
-
Taqui seu picenez, Cumpade. Deixe
de lerdeza. Você tá muito esquecido. Anda largano
seus óculo em tudo que é canto...
(imagem Google)
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